quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Fim
Depois que ela saiu, fiquei enlouquecido, quebrei todos os presentes, rasguei todas as fotos. Joguei fora roupas e lembranças. Quando não havia mais o que destruir pulei pela janela, apenas para perceber que em meu último suspiro sussurava seu nome...
Confiança
Pode existir amor sem confiança ?
Acredito que não
Ficaria o coitado a mercê
De idiotices quaisquer
De fatos sem sentido
De males improváveis
De noites sem lua
E como são tristes as noites sem lua
Falta lhe a luz
A pobre lua que abandona a noite
E é rejeitada pelo sol
Acredito que não
Ficaria o coitado a mercê
De idiotices quaisquer
De fatos sem sentido
De males improváveis
De noites sem lua
E como são tristes as noites sem lua
Falta lhe a luz
A pobre lua que abandona a noite
E é rejeitada pelo sol
Vozes
O que dizem as vozes desta vez
Querem que eu ande ou que corra
Querem que eu mate ou que morra
Cada vez mais alto
Cada vez mais fúnebre
E toda vez mais triste
E toda vez mais forte
Vozes que gritam
Que desesperam
Apertam meu peito
E deixam sequelas
Não sei para onde ir
Não sei se vou chegar
Mas tudo que quero é sair
Tenho que gritar
Vozes gritando
Mandando, soprando
Que querem essas vozes
Que não me deixam em paz
Vozes tão tristes
Tão velhas e podres
Vozes que ninguém escuta
Vozes do meu próprio silêncio
Querem que eu ande ou que corra
Querem que eu mate ou que morra
Cada vez mais alto
Cada vez mais fúnebre
E toda vez mais triste
E toda vez mais forte
Vozes que gritam
Que desesperam
Apertam meu peito
E deixam sequelas
Não sei para onde ir
Não sei se vou chegar
Mas tudo que quero é sair
Tenho que gritar
Vozes gritando
Mandando, soprando
Que querem essas vozes
Que não me deixam em paz
Vozes tão tristes
Tão velhas e podres
Vozes que ninguém escuta
Vozes do meu próprio silêncio
Estátuas
Tantas estátuas que cruzo na rua
Pessoas sem vida sem causa sem luta
Ignóbeis, Inúteis, Indóceis
Suados de dor e amargura
Como dói a tristeza e a decepção
A imagem de um sonho acabado
Uma estrela que se apaga
Uma desilusão
Machuca muito ver a realidade
Escapar por entre as mãos
Que podemos destruir algo perfeito
E cair até o chão
Insensatez provocada
Por orgulho ou paixão ?
Transforma beijos em lágrimas
Alegria em perdão
Faz minha boca sorrir outra vez
Faz com que meus olhos parem de chover
Tira essa dor de dentro dessa pobre estátua
Pessoas sem vida sem causa sem luta
Ignóbeis, Inúteis, Indóceis
Suados de dor e amargura
Como dói a tristeza e a decepção
A imagem de um sonho acabado
Uma estrela que se apaga
Uma desilusão
Machuca muito ver a realidade
Escapar por entre as mãos
Que podemos destruir algo perfeito
E cair até o chão
Insensatez provocada
Por orgulho ou paixão ?
Transforma beijos em lágrimas
Alegria em perdão
Faz minha boca sorrir outra vez
Faz com que meus olhos parem de chover
Tira essa dor de dentro dessa pobre estátua
Dor
Então essa é a dor
E como dói
Dói por dentro, corrói minhas entranhas
Machuca minha alma
Como um furacão que arrasta tudo em seu caminho
Fere meu espírito
Como uma faca que corta em brilho
E como dói
Dói por dentro, corrói minhas entranhas
Machuca minha alma
Como um furacão que arrasta tudo em seu caminho
Fere meu espírito
Como uma faca que corta em brilho
Foi Você
Porque faço o que faço, jamais saberei
Assim como o que sinto jamais será esquecido
E as longas noites de solidão que passei
Suportei todas por meros segundos ao teu lado
Comida não faz mais falta
Pois apetite não tem mais sentido
Surpreendo o mundo
Mostro minha verdadeira face
Volto de onde jamais saí
Foi você
Quem me trouxe aqui
Foi você
Quem me fez relembrar
O antigo sentido de amar
Assim como o que sinto jamais será esquecido
E as longas noites de solidão que passei
Suportei todas por meros segundos ao teu lado
Comida não faz mais falta
Pois apetite não tem mais sentido
Surpreendo o mundo
Mostro minha verdadeira face
Volto de onde jamais saí
Foi você
Quem me trouxe aqui
Foi você
Quem me fez relembrar
O antigo sentido de amar
Encanto
Queria a Lua ter o seu brilho incandescente
Queria o Sol iluminar minha vida como o seu olhar o faz
Queria o vento acalentar meu rosto como suas suaves mãos
Pobres estrelas que tanto batalham em preencher o vazio do céu
Vazio tão pequeno que mal cabe meu amor por você
Pobre de mim que não tenho você ao meu lado agora…
Queria o Sol iluminar minha vida como o seu olhar o faz
Queria o vento acalentar meu rosto como suas suaves mãos
Pobres estrelas que tanto batalham em preencher o vazio do céu
Vazio tão pequeno que mal cabe meu amor por você
Pobre de mim que não tenho você ao meu lado agora…
Gift
How can one man give his life to life itself
How can one soul share eternity
For all I know that’s what they’ve accomplished
Men who sought God, and found him inside themselves
Como pode um homem dar sua vida pela vida em si
Como pode uma alma compartilhar a eternidade
Até onde sei foi isso que eles conseguiram
Homens que procuraram por Deus, e o encontraram dentro de si mesmos
How can one soul share eternity
For all I know that’s what they’ve accomplished
Men who sought God, and found him inside themselves
Como pode um homem dar sua vida pela vida em si
Como pode uma alma compartilhar a eternidade
Até onde sei foi isso que eles conseguiram
Homens que procuraram por Deus, e o encontraram dentro de si mesmos
Por que mudei ?
Porque tudo muda.
Nada é constante. Tudo é relativo.
Quem sou senão um produto de minhas próprias experiências ?
E como não experimentar algo novo a cada dia ?
E impedir que isso mude seu jeito de pensar ?
Como isolar-se de qualquer contato com outro ser?
Com o meio à sua volta ? Impossível. Será ?
Algo só é impossível até que alguém duvida e prova o contrário, disse um sábio.
E porque não mudar ?
Porque permanecer o mesmo para sempre se nem mesmo o sempre é imutável ?
Nada dura para sempre mesmo.
Um dia tudo acabará. E aí então ?
E por que se preocupar, quando não temos como impedir o inevitável ?
Aceite seu destino.
Isso é o que somos.
Para isso fomos criados.
Para isso surgimos.
Para mudar. Para se adaptar.
Meros robôs.
Animais seguindo sua existência.
Não mudei, fui mudado.
Fui alterado pelo meu próprio meio.
E o homem acha que destrói seu ambiente,
quando ele mesmo é destruído por este.
Isso é a vida.
A eterna luta pela sobrevivência,
a luta onde os mais fortes sobrevivem.
Os que não se adaptam, morrem.
Os que não mudam, morrem.
Eu não mudei, eu me adaptei.
Eu nunca mudo, sobrevivo.
Nada é constante. Tudo é relativo.
Quem sou senão um produto de minhas próprias experiências ?
E como não experimentar algo novo a cada dia ?
E impedir que isso mude seu jeito de pensar ?
Como isolar-se de qualquer contato com outro ser?
Com o meio à sua volta ? Impossível. Será ?
Algo só é impossível até que alguém duvida e prova o contrário, disse um sábio.
E porque não mudar ?
Porque permanecer o mesmo para sempre se nem mesmo o sempre é imutável ?
Nada dura para sempre mesmo.
Um dia tudo acabará. E aí então ?
E por que se preocupar, quando não temos como impedir o inevitável ?
Aceite seu destino.
Isso é o que somos.
Para isso fomos criados.
Para isso surgimos.
Para mudar. Para se adaptar.
Meros robôs.
Animais seguindo sua existência.
Não mudei, fui mudado.
Fui alterado pelo meu próprio meio.
E o homem acha que destrói seu ambiente,
quando ele mesmo é destruído por este.
Isso é a vida.
A eterna luta pela sobrevivência,
a luta onde os mais fortes sobrevivem.
Os que não se adaptam, morrem.
Os que não mudam, morrem.
Eu não mudei, eu me adaptei.
Eu nunca mudo, sobrevivo.
Esconda-se
Esconda-se atrás de livros e paredes infestadas de papéis
Fuja da realidade que abomina e viva em reclusão eterna
Seus ideais finalmente sucumbem à sua insegurança
Sua luta termina com derrota para ambos os lados
Toda a dor e angústia dentro de si jamais o abandonarão
Todo comprometimento infantil desmorona como castelos de areia em pleno mar
Desista da morte que persegue e encontre o fim das multidões
Todos tem um sonho, poucos vão em busca dele.
Fuja da realidade que abomina e viva em reclusão eterna
Seus ideais finalmente sucumbem à sua insegurança
Sua luta termina com derrota para ambos os lados
Toda a dor e angústia dentro de si jamais o abandonarão
Todo comprometimento infantil desmorona como castelos de areia em pleno mar
Desista da morte que persegue e encontre o fim das multidões
Todos tem um sonho, poucos vão em busca dele.
E daí ?
E se somos apenas uma coincidência ?
E daí ?
E se tudo que existe dura apenas um segundo ?
E daí ?
Não importa a efemeridade da vida
Apenas sua eternidade.
Universos são criados a todo instante,
Alguns duram segundos, outros éons.
E não importa ? E quem se importa ?
Já dizia o velho Isaac: E a abelha se importa com a flor que acaba de polinizar ?
Segue-se em ciclos, o grande Escollhido
Lutando por toda sua eternidade
Nunca ganhando e nunca perdendo.
E daí ? Ele não vai deixar de lutar.
Nós, seus soldados jamais deixaremos…
E daí, se toda nossa existência
Não possui motivo algum para nós mesmos.
Afinal não somos nada,
Senão peões no jogo do caos e da ordem.
E se somos tudo que sequer importa ?
Somos todos separados,
Tão distantes um do outro,
E ainda assim somos o mesmo.
E daí ?
E se tudo que existe dura apenas um segundo ?
E daí ?
Não importa a efemeridade da vida
Apenas sua eternidade.
Universos são criados a todo instante,
Alguns duram segundos, outros éons.
E não importa ? E quem se importa ?
Já dizia o velho Isaac: E a abelha se importa com a flor que acaba de polinizar ?
Segue-se em ciclos, o grande Escollhido
Lutando por toda sua eternidade
Nunca ganhando e nunca perdendo.
E daí ? Ele não vai deixar de lutar.
Nós, seus soldados jamais deixaremos…
E daí, se toda nossa existência
Não possui motivo algum para nós mesmos.
Afinal não somos nada,
Senão peões no jogo do caos e da ordem.
E se somos tudo que sequer importa ?
Somos todos separados,
Tão distantes um do outro,
E ainda assim somos o mesmo.
Deve ser
Pois quando fecho meus olhos, é o brilho dos seus que ilumina a escuridão.
Como transformar em palavras sentimentos tão puros, que chegam a ser incólumes
Minhas acres lágrimas formam um rio, caminho da realidade
Como transformar em palavras sentimentos tão puros, que chegam a ser incólumes
Minhas acres lágrimas formam um rio, caminho da realidade
Morte
É tristeza
É dor
É solidão
É vazio
É o contrário de tudo que almejamos,
Tudo que somos e seremos.
E ainda assim é ela que dá sentido a tudo que existe.
É dor
É solidão
É vazio
É o contrário de tudo que almejamos,
Tudo que somos e seremos.
E ainda assim é ela que dá sentido a tudo que existe.
Desafio
Minha noite, sombria e tenra.
Ando e vejo a escuridão à minha volta.
Mas nada importa.
Encontrei alguém.
Desafio-te a me amar
Desafio-te a aquecer a mais gélida das almas
Desafio-te a derrotar criatura que jamais sonhaste existir
Desafio-te
Encontrar uma razão para minha vida e sê-la
Acalmar o mais selvagem dos espíritos
Enterrar o buraco mais fundo de uma alma
Tocar a estrela mais alta do céu
Trazer-me ignorância
Faça-me aceitá-la
Faça com que eu a ame
Faça minha felicidade
Alegrai o mais triste e tolo dos corações
Ando e vejo a escuridão à minha volta.
Mas nada importa.
Encontrei alguém.
Desafio-te a me amar
Desafio-te a aquecer a mais gélida das almas
Desafio-te a derrotar criatura que jamais sonhaste existir
Desafio-te
Encontrar uma razão para minha vida e sê-la
Acalmar o mais selvagem dos espíritos
Enterrar o buraco mais fundo de uma alma
Tocar a estrela mais alta do céu
Trazer-me ignorância
Faça-me aceitá-la
Faça com que eu a ame
Faça minha felicidade
Alegrai o mais triste e tolo dos corações
Boa Viagem
Lá estão as praias cobertas de areia,
Mais cobertas que o corpo que nela transeia
Não deixam por menos a sua soberania.
Pensa a cidade que invade a praia,
Tola cidade que perde suas ruas.
Seus carros parando seus prédios caindo.
A força das águas que não são de março,
São de junho, de julho e janeiro.
Derrubam os muros e adentram as casas,
Quebram as telhas e molham as camas.
Tola cidade que pensa ser grande,
Nada é maior que o poder das águas.
Mas a cidade é valente,
Não some assim tão fácil,
Manda seus bravos soldados,
Munidos de armas, todavia descalços,
O vidro que queima é quem mais sai ferido.
Na calada da noite,
Saem os ébrios soldados,
Deixam a pobre praia,
Fria e vazia,
Podre e moribunda.
De tanta farinha,
De tanto mel,
Sob o sol eles queimam,
E riem felizes.
Conhecem a vitória.
Ó Poderoso Netuno, tende piedade de nós,
Onde antes havia beleza,
Agora temos a praia !
Mais cobertas que o corpo que nela transeia
Não deixam por menos a sua soberania.
Pensa a cidade que invade a praia,
Tola cidade que perde suas ruas.
Seus carros parando seus prédios caindo.
A força das águas que não são de março,
São de junho, de julho e janeiro.
Derrubam os muros e adentram as casas,
Quebram as telhas e molham as camas.
Tola cidade que pensa ser grande,
Nada é maior que o poder das águas.
Mas a cidade é valente,
Não some assim tão fácil,
Manda seus bravos soldados,
Munidos de armas, todavia descalços,
O vidro que queima é quem mais sai ferido.
Na calada da noite,
Saem os ébrios soldados,
Deixam a pobre praia,
Fria e vazia,
Podre e moribunda.
De tanta farinha,
De tanto mel,
Sob o sol eles queimam,
E riem felizes.
Conhecem a vitória.
Ó Poderoso Netuno, tende piedade de nós,
Onde antes havia beleza,
Agora temos a praia !
Sorriso
É teu sorriso que vejo toda noite
Todo dia sem jeito
É tua boca que venero toda tarde
E que posso fazer
Quando sei que algo vale mais que a própria vida
Nossos dias contados um a um
Um nunca acaba
Noite que nunca termina
E que posso fazer
Se tudo que eu sabia não é mais verdade
Ainda sinto teu corpo colado ao meu
Eternamente quente
Aquecendo meu gélido coração
E que posso fazer
Se tudo que sei é que nada mais sei
Todo dia sem jeito
É tua boca que venero toda tarde
E que posso fazer
Quando sei que algo vale mais que a própria vida
Nossos dias contados um a um
Um nunca acaba
Noite que nunca termina
E que posso fazer
Se tudo que eu sabia não é mais verdade
Ainda sinto teu corpo colado ao meu
Eternamente quente
Aquecendo meu gélido coração
E que posso fazer
Se tudo que sei é que nada mais sei
Olhos
Aqueles olhos que não vejo mais
Olhos profundos azuis brilhantes
Cintilando com saudade
Faiscando minha paixão
Do meu passo zonzo torto estreito
Ao dela longo magro sem jeito
Andamos juntos toda uma estrada
Dois segundos se passaram
Duas décadas de lembranças
Seus cabelos curtos sobre o queixo
Sua boca sorrindo com pureza
Seu nariz arrebitado me desafia
Ah, aqueles olhos que não vejo mais
Continuam os doces dias
Doces olhos doces vidas
Meu passo alarga
Dois segundos mais
Uma volta, uma última lembrança
Aqueles olhos novamente
Aqueles olhos que não vejo mais
Pobres olhos doces olhos
Olhos que não me vêem mais
Olhos profundos azuis brilhantes
Cintilando com saudade
Faiscando minha paixão
Do meu passo zonzo torto estreito
Ao dela longo magro sem jeito
Andamos juntos toda uma estrada
Dois segundos se passaram
Duas décadas de lembranças
Seus cabelos curtos sobre o queixo
Sua boca sorrindo com pureza
Seu nariz arrebitado me desafia
Ah, aqueles olhos que não vejo mais
Continuam os doces dias
Doces olhos doces vidas
Meu passo alarga
Dois segundos mais
Uma volta, uma última lembrança
Aqueles olhos novamente
Aqueles olhos que não vejo mais
Pobres olhos doces olhos
Olhos que não me vêem mais
Vida
Ah vida, minha vida
Esse palco de ilusões
Apenas um mero ator
Suportando seu calvário
Aprendendo a conviver
Suportando a ignorância
Admirando a inocência
Esperando meu inevitável fim
Cada novo dia traz amarguras
Saudades de um passado embrionário
Faces de um monstro desfigurado
Que reflete meu próprio semblante
Grande é a dor e a compaixão
Daqueles que sabem a verdade
Viver consigo mesmo é um suplício
Felizes são os que ignoram
Tantas sombras caminhando
Árvores e caminhos que nunca se cruzam
A lua move o sol, o sol move a lua
E ainda assim, ignoram…
Duas faces da mesma moeda
Ah, a aparente dualidade da natureza
Engana os menos atentos
Mostra-me então a realidade
Faça-te visível, Mãe Natureza
Forja tua face diante de meus incrédulos olhos
Procuro por ti a cada inútil dia
E ainda assim escapas de minha compreensão
Desde meu nascimento
Procurando teu rosto nas estrelas da noite
Como outros e todos procuraram antes de mim
Acabar com a dádiva
Desde o velho solitário
Procurando uma porta
Desenhar o próprio criador
Acabar com a dádiva
Desde o velho músico
Procurando unificar a verdade
Tornar Deus um só
Acabar com a dádiva
Rumemos ao infinito
Encontremos a borda do balão
Empurremos um pouco mais
Evitemos a queda, o fim ,a ruína, a desgraça ?!
Incólume como o luar
Incerto como o amanhecer
Escurece minha vista
Alivia-me de minha existência
Esse palco de ilusões
Apenas um mero ator
Suportando seu calvário
Aprendendo a conviver
Suportando a ignorância
Admirando a inocência
Esperando meu inevitável fim
Cada novo dia traz amarguras
Saudades de um passado embrionário
Faces de um monstro desfigurado
Que reflete meu próprio semblante
Grande é a dor e a compaixão
Daqueles que sabem a verdade
Viver consigo mesmo é um suplício
Felizes são os que ignoram
Tantas sombras caminhando
Árvores e caminhos que nunca se cruzam
A lua move o sol, o sol move a lua
E ainda assim, ignoram…
Duas faces da mesma moeda
Ah, a aparente dualidade da natureza
Engana os menos atentos
Mostra-me então a realidade
Faça-te visível, Mãe Natureza
Forja tua face diante de meus incrédulos olhos
Procuro por ti a cada inútil dia
E ainda assim escapas de minha compreensão
Desde meu nascimento
Procurando teu rosto nas estrelas da noite
Como outros e todos procuraram antes de mim
Acabar com a dádiva
Desde o velho solitário
Procurando uma porta
Desenhar o próprio criador
Acabar com a dádiva
Desde o velho músico
Procurando unificar a verdade
Tornar Deus um só
Acabar com a dádiva
Rumemos ao infinito
Encontremos a borda do balão
Empurremos um pouco mais
Evitemos a queda, o fim ,a ruína, a desgraça ?!
Incólume como o luar
Incerto como o amanhecer
Escurece minha vista
Alivia-me de minha existência
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