quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vida

Ah vida, minha vida
Esse palco de ilusões
Apenas um mero ator
Suportando seu calvário

Aprendendo a conviver
Suportando a ignorância
Admirando a inocência
Esperando meu inevitável fim

Cada novo dia traz amarguras
Saudades de um passado embrionário
Faces de um monstro desfigurado
Que reflete meu próprio semblante

Grande é a dor e a compaixão
Daqueles que sabem a verdade
Viver consigo mesmo é um suplício
Felizes são os que ignoram

Tantas sombras caminhando
Árvores e caminhos que nunca se cruzam
A lua move o sol, o sol move a lua
E ainda assim, ignoram…

Duas faces da mesma moeda
Ah, a aparente dualidade da natureza
Engana os menos atentos
Mostra-me então a realidade

Faça-te visível, Mãe Natureza
Forja tua face diante de meus incrédulos olhos
Procuro por ti a cada inútil dia
E ainda assim escapas de minha compreensão

Desde meu nascimento
Procurando teu rosto nas estrelas da noite
Como outros e todos procuraram antes de mim
Acabar com a dádiva

Desde o velho solitário
Procurando uma porta
Desenhar o próprio criador
Acabar com a dádiva

Desde o velho músico
Procurando unificar a verdade
Tornar Deus um só
Acabar com a dádiva

Rumemos ao infinito
Encontremos a borda do balão
Empurremos um pouco mais
Evitemos a queda, o fim ,a ruína, a desgraça ?!

Incólume como o luar
Incerto como o amanhecer
Escurece minha vista
Alivia-me de minha existência

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