quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Boa Viagem

Lá estão as praias cobertas de areia,
Mais cobertas que o corpo que nela transeia
Não deixam por menos a sua soberania.
Pensa a cidade que invade a praia,
Tola cidade que perde suas ruas.
Seus carros parando seus prédios caindo.
A força das águas que não são de março,
São de junho, de julho e janeiro.
Derrubam os muros e adentram as casas,
Quebram as telhas e molham as camas.
Tola cidade que pensa ser grande,
Nada é maior que o poder das águas.

Mas a cidade é valente,
Não some assim tão fácil,
Manda seus bravos soldados,
Munidos de armas, todavia descalços,
O vidro que queima é quem mais sai ferido.
Na calada da noite,
Saem os ébrios soldados,
Deixam a pobre praia,
Fria e vazia,
Podre e moribunda.

De tanta farinha,
De tanto mel,
Sob o sol eles queimam,
E riem felizes.
Conhecem a vitória.
Ó Poderoso Netuno, tende piedade de nós,
Onde antes havia beleza,
Agora temos a praia !

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